“JOELHOS DE AVES”“Observai as aves do céu…” Mt. 6:26Durante minha infância, gostava de ouvir as histórias contadas pelo meu avô. Histórias que me fascinavam, por isso, ficava atento, sem perder o menor detalhe. Lembro-me dos relatos sobre grandes tempestades que ele enfrentara nas fazendas de café do interior paulista. Das “chuvas de pedra” que acabava com toda a plantação e fazia todos buscarem um lugar seguro. “Vô Toni” dizia que, dado a gravidade das tempestades e vendavais, até os passarinhos corriam risco de morte nos seus refúgios. Esta questão sempre me intrigou. Como os passarinhos conseguiam se proteger? Por que as aves resistiam firmes nos galhos das árvores durante as grandes chuvas? Aprendi, recentemente, sobre um aspecto da constituição física das aves que me deixou surpreso, como sempre, pela peculiaridade da criação de Deus, e, portanto, pela grandeza e soberania do Criador. Quando determinadas espécies de aves dobram seus joelhos para frente, acomodando-se nos galhos das árvores, automática e involuntariamente, suas garras se fecham, fazendo com que as mesmas não precisem se preocupar com esforços para ficarem firmes, muito menos para se equilibrarem. Você já tentou descobrir como as aves conseguem dormir enquanto se equilibram em finos galhos? Jesus mandou que observássemos tais seres, certamente aprenderíamos com eles.
Deus quer que sejamos como as aves. Alguém já disse que quando o cristão dobra seus joelhos, consegue tocar os céus. Não é nas pontas dos pés, mas, ajoelhados, que nos aproximamos do Pai. Percebo que a agitação do mundo atual, as exigências do mercado de trabalho, a crise econômica, enfim, as demandas da vida, têm roubado de nós, da família e até da igreja a oportunidade para caminharmos de joelhos. Quanto mais nos dobrarmos perante Deus, menos seremos forçados a nos dobrar frente às tempestades da vida. Minha filha caçula leu e recomendou um excelente livro, que só o título já ensina muito: “Ocupado demais para deixar de orar!” Passamos a vida tentando cumprir nossos compromissos, alcançar metas, atender necessidades e deixamos de lado a estratégia fundamental para o êxito: ORAÇÃO.Oração é o meio pelo qual desenvolvemos intimidade com Deus. Por meio dela, ficamos mais próximos do Criador. Não se trata de contar para Deus algo que Ele não saiba, mas sim, dialogar com o Todo-poderoso para que entendamos aquilo que somente Ele sabe e quer nos revelar. É aprender sobre dependência exclusiva, experimentar o amor providencial e cuidador do nosso querido Pai, e assim, permitir que a ansiedade seja substituída pela paz de Cristo. Oração expressa nossa decisão de permitir que Jesus Cristo tome conta da nossa vida e aja em todas as áreas. Aliás, o próprio Jesus praticou um intenso calendário de oração. Sempre separava tempo para tal prática. Os momentos mais difíceis da sua vida foram regados por muita oração. Você, certamente, já decidiu fazer algo e, depois, constatou que não conseguiu efetivar. Quantas vezes na vida nos frustramos e decepcionamos nossos queridos por ficarmos aquém das expectativas? Aprendamos com os pássaros. Em tempo de tempestades não se deve voar, e sim, buscar refúgio, de joelhos dobrados. Quando decidem dobrar os joelhos, as aves não precisam mais se preocupar em manter o equilíbrio ou resistir aos vendavais. Ficam agarradas involuntariamente. Elas nos ensinam que ao dobrarmos nossos joelhos em oração diante do Pai, estaremos agarrados à Ele e nosso equilíbrio e segurança virão do poder do Espírito Santo e da presença de Jesus, mediante a Palavra de Deus em nossa vida. Investindo esforços na oração, resistiremos aos vendavais e seremos protegidos pelo nosso Deus. Faça um teste: pratique a oração. Busque mais intensidade em sua devoção; separe um bom tempo para se dedicar a momentos de oração e contemplação e constate os resultados.
Texto do Pastor: Rev. Edinei B. Reolon Pastor titular da Igreja Metodista Central em Goiânia, GO Bacharel em Teologia (UMESP) e Administração de Empresas (PUCC) Pós-Graduado em "Especialização em Aconselhamento Pastoral" (UMESP)